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A verdade dos fatos
André Maia teria desviado R$ 5 milhões e pagava “mensalinho” a Vereadores; justiça determina bloqueio de bens do prefeito
O prefeito de Senador Guiomard, André Maia (PSD), principal alvo da Operação Sarcófago da Polícia Federal e preso nesta quinta-feira, 13, é apontado como o chefe do esquema que desviou mais de R$ 5 milhões de recursos públicos. Estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e 5 prisões preventivas.

As investigações das operações deflagradas iniciaram no município de Capixaba, a partir de denúncias de desvio de recursos públicos na Prefeitura Municipal. A fase inicial da Operação ÍCARO, ocorrida no mês de agosto, afastou o prefeito de Capixaba e outros servidores públicos da administração municipal. Com a evolução das investigações, percebeu-se que algumas empresas também operavam no município vizinho, em Senador Guiomard, e que poderia haver ligação em operações irregulares entre as prefeituras.

Segundo a Polícia Federal, o esquema investigado baseava-se na compra de favores e apoio político, envolvendo empresários regionais, funcionários públicos, advogados e vereadores de Senador Guiomard e região. Verificou-se ainda que licitações estavam sendo fraudadas, mediante o direcionamento das contratações e superfaturamento de aproximadamente R$ 5 milhões. Visando recuperar as verbas desviadas, a justiça autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores de aproximadamente R$ 1,2 milhão do prefeito.

Há indícios da existência de um “mensalinho” no valor de 3 mil reais para os 6 vereadores da base aliada da atual administração municipal, cujo objetivo era a compra de apoio político na câmara do município. Também foi constatado o enriquecimento ilícito de funcionários do alto escalão, em face da existência de bens e transações em nome de “laranjas”.

Foram realizadas buscas na Prefeitura, na Câmara Municipal de Senador Guiomard, nas residências e empresas dos políticos e empresários envolvidos, onde foram apreendidos documentos, mídias e valores. Todos serão interrogados nesta manhã na sede da Superintendência da Polícia Federal em Rio Branco/AC.

Na segunda fase da operação de Capixaba, a ÍCARO, comprovou-se o pagamento de propinas ao prefeito afastado, inclusive uma lancha que lhe foi presenteada por um dos empresários investigados. Os vereadores investigados de Capixaba também foram beneficiados com o pagamento de despesas médicas para seus familiares em troca de apoio político