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A verdade dos fatos
Médico usa horas vagas para atender ribeirinhos e índios de graça em Feijó

Quem mora há algumas horas da cidade, em comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas muitas vezes acaba tendo dificuldade de ir a um hospital e chega a ficar anos sem receber atendimento médico.

É o caso dos pacientes que o clínico geral Rosaldo Aguiar, (Baba) de 48 anos, resolveu atender de graça nos momentos de folga do hospital. Segundo ele, entre os pacientes estão crianças, indígenas, adultos e idosos.

“Quando não estou trabalhando, vou para os bairros, comunidades ribeirinhas e até aldeias indígenas que ficam do outro lado do rio, coloco uma mesinha e fico fazendo atendimento. Não me custa nada e, graças a Deus, sempre sou muito bem tratado aonde eu vou. Faço minha profissão com amor e me sinto feliz. Continuarei até quando for preciso”, afirmou o médico.

Após a consulta, Baba conta que muitas vezes os pacientes fazem questão de pagar de alguma forma e, muito humildes, acabam  dando cachos de banana, galinha, pato e até macaxeira como pagamento. O médico disse que fica envergonhado, mas que fica muito feliz com a gratidão das pessoas.

Médico

“A primeira coisa que o paciente quer do médico é o carinho e isso já é a metade do tratamento. Se você trata mal o paciente, ele sai pior do que chegou. Tem pessoas que levam essas coisas para mim, mas não cobro nada a ninguém. Fico muito gratificado. Com certeza, eu amo minha profissão e amo a medicina”, disse Baba.

Como os atendimentos são feitos na casa das pessoas, o clínico geral afirmou que faz principalmente consultas e encaminhamentos, caso seja necessário. “Já fiz até um parto na beira do rio há dois anos, em uma comunidade rural. Não levo medicação, porque não posso, mas passo receita para os pacientes buscarem no posto”, contou.

Gratidão

Aguiar afirmou que como é filho de seringueiro e de funcionária pública, não tinha condições de pagar os estudos de medicina. Ele fez questão de ressaltar que só conseguiu realizar o sonho com a ajuda de um empresário da região, que custeou o curso na Bolívia ,  por conta disso, ele afirmou que faz os trabalhos voluntários.

“Me formei em medicina com a ajuda de um empresário de Tarauacá. Então, essa foi a forma que eu encontrei para agradecer isso que recebi quando mais precisei. Eu não tinha dinheiro. Desde que me formei, faço isso com a maior gratidão com o que recebi”, disse o médico.

 

 

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